segunda-feira, 5 de abril de 2010

Guilherme de Carvalho Negrão Valente

Nasceu em Leiria,  1 de Julho de 1941.
 Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e pós-graduado em Relações Interculturais pela Universidade Aberta de Lisboa.
Trabalhou na função pública,   no Gabinete de Investigações Sociais /Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa,  tendo sido um dos mais próximos colaboradores do Professor A. Sedas Nunes
Dirigiu vários serviços das referidas instituições, tendo designadamente integrado o  seu Conselho  Directivo.
Responsável   por inúmeras iniciativas  foi, durante muitos anos o principal colaborador do Professor Sedas Nunes na   concepção  e realização da revista Análise Social,  integrando o seu secretariado de redacção e sendo o responsável pela sua edição.
Desde muito cedo  apaixonado pela edição, trabalhou nas Publicações Europa-América,  nas Publicações D. Quixote e na Editorial Presença, editoras  em que assumiu várias responsabilidades tendo sido responsável pela publicação de inúmeras obras   e   por inúmeras iniciativas de promoção do livro e da leitura.
 Nas Publicações D. Quixote  dirigiu   colecções e  coordenou a edição portuguesa de Le Monde Diplomatique,  a primeira edição internacional desta importante publicação,  realizada por sua iniciativa. O seu trabalho nas Publicações D. Quixote ficou ligado  a uma acção editorial  que se traduziu num significativo contributo para o esclarecimento político.
 É autor de alguns títulos da colecção «Documentos D. Quixote», tendo elaborado, com João Palma Ferreira, a   colectânea  As Eleições de 1969 (publicações Europa-América, 1969)
 Criou e dirige a editora Gradiva, um projecto editorial cuja novidade, qualidade e   efeitos culturais têm sido amplamente reconhecidos, em Portugal e no estrangeiro.
Na sequência dos interesses académicos ligados à sua formação e com a convicção  do papel absolutamente decisivo da cultura científica na promoção da consciência crítica, no  desenvolvimento e na modernização de Portugal,  criou e dirige  na sua editora  várias colecções pioneiras dedicadas à   divulgação científica, à ciência, à matemática  (a colecção «Ciência Aberta» é considerada, em Portugal e no estrangeiro,  uma colecção de referência).
 Esta sua iniciativa  esteve na origem do  um surto de interesse pela  ciência,    crescentemente valorizado   por inúmeras outras iniciativas, que  reconhecidamente teve um grande impacto no sistema de ensino  suscitando inúmeras vocações.
José Mariano Gago chamou à Gradiva  «a Universidade da Gradiva» e a Guilherme Valente o reitor da Universidade da Gradiva.
 De 1987 a  1990 trabalhou em Macau, onde integrou o Conselho de Cultura do Governador, deu aulas na Universidade de Macau,   exerceu funções na Fundação Macau  e  foi co-fundador   e principal animador  da revista Administração,  a primeira publicação  bilingue (português e chinês)  no género,   concebida com o objectivo  de promover a reflexão e a participação de portugueses e chineses  na problemática da transição, do desenvolvimento e do futuro de Macau.  Os números desta publicação constituem  uma referência   única sobre os anos  que precedem a passagem da administração de Macau  para  a China. E esta revista continuou e continua hoje a ser publicada pela Administração Chinesa de Macau
 Em Fevereiro de  1993 voltou a Macau  para desempenhar as funções de assessor  do Governador  Rocha Vieira.
Exerceu vários cargos directivos na Associação Portuguesa de Editores e Livreiros  pertencendo de novo  actualmente aos ses corpos directivos.
 Integrou a Comissão Instaladora do Centro Cultural e Científico de Macau, instituição integrada no Ministério da Ciência. Nesta qualidade  participou na criação do primeiro Mestrado de Estudos Chineses em Portugal, na Universidade de Aveiro.
 Tem publicado  artigos, nomeadamente no Público e Expresso e feito   conferências, designadamente em várias universidades e escolas sobre a problemática da cultura, da educação e do desenvolvimento,   da cultura científica, do livro e da leitura.   Deve-se  reconhecidamente a Guilherme Valente e a um pequeníssimo grupo de amigos seus Carlos Fiolhais, Nuno Crato, designadamente,   a chamada de atenção pública para o dramatismo da   questão da educação.
 Lançou com José Urbano e Carlos Fiolhais o Manifesto para  Educação da República uma omada de posição  «profética» que reuniu, em apenas duas semanas um número de assinaturas absolutamente singular em documentos do género: 30 000, com subscritores  eminentes  de todo o espectro político.  
 Foi membro, designado pelo Governo, do Conselho Nacional de Educação.
É actualmente membro do Conselho de Opinião da Rádio Televisão Portuguesa.
É  curador e administrador da Fundação Jorge Álvares, uma instituição criada com o objectivo de  valorizar a presença de Portugal em Macau  promovendo   o relacionamento entre Portugal  e a China.
 Em 1993  foi condecorado   pelo Presidente da República Doutor Mário Soares  com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelo contributo  prestado à valorização da cultura portuguesa.

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